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800 mil pessoas se suicidam todos os anos, uma a cada 40 segundos

Quase 800.000 pessoas cometem suicídio a cada ano. O número é maior do que das vítimas de guerra, homicídio ou câncer de mama, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde publicado nesta segunda-feira (9). O Brasil contabilizou 13.467 mortes em 2016, ano ao qual se referem os dados consolidados pelo estudo.

De acordo com a OMS, a taxa global de suicídios havia caído um pouco entre 2010 e 2016, embora o número de mortes tenha permanecido estável por conta do crescimento da população global.

“Apesar do progresso, uma pessoa ainda morre a cada 40 segundos por suicídio”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado, insistindo que “toda morte é uma tragédia para a família, amigos e colegas”.

A taxa global de suicídios em 2016 -o último ano para o qual havia dados disponíveis- ficou em 10,5 por 100 mil pessoas. No mundo, as mortes de jovens por suicídio só perdem para aquelas no trânsito; em seguida, vêm aquelas por violência.

As taxas, porém, variaram amplamente entre países e regiões, com uma taxa de suicídio relativamente baixa em alguns lugares como o Chile (3,8 para cada 100 mil) e extremamente alta em outros, como a Guiana, que lidera esse inglório ranking, com uma taxa de mais de 30 por 100 mil.

O Brasil, essa taxa é de 6,1 a cada 100 mil mil mortes, abaixo da média mundial. Em todo o mundo, pessoas do sexo masculino têm uma propensão maior a se suicidar do que as do sexo feminino. No mundo, a taxa global de suicídios caiu quase 10% entre 2010 e 2016, com o Pacífico Ocidental mostrando declínios de quase 20% e o Sudeste Asiático registrando um declínio de apenas 4,2%. As Américas, enquanto isso, foram a única região que mostrou um aumento nos suicídios, com uma alta de 6% nos seis anos.

“Sabemos que na região das Américas o acesso a armas de fogo e armas é um importante meio de suicídio”, disse Alexandra Fleischmann, da divisão de saúde mental da OMS, a repórteres em Genebra, em resposta a uma pergunta.

O declínio geral é explicado pelo fato de que vários países -38 no total- adotaram estratégias de prevenção ao suicídio, afirmou a OMS, enfatizando, no entanto, que muitos outros países devem seguir o exemplo.

Prevenção “Suicídios são evitáveis”, disse Tedros, exortando “todos os países a incorporar estratégias comprovadas de prevenção de suicídio nos programas nacionais de saúde e educação de maneira sustentável”.

Há um mito amplamente difundido de que o suicídio acontece de repente. Isso não é verdade. O suicídio é premeditado e os sinais de alerta são visíveis. Muitos deles se manifestam juntos. As mudanças de comportamento e problemas de conduta que se estendam por duas semanas ou mais, preocupação recorrente com a própria morte, falta de esperança, visão negativa sobre si, sua vida e sobre o futuro, são alguns dos indicadores mais recorrentes.

A ideação suicida também costuma ser comunicada verbalmente, mas não é levada a sério. Frases como “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “eu queria poder dormir e nunca mais acordar” e “é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero sumir” são comuns em casos que antecedem a tentativa de tirar a própria vida.

Além disso, pessoas com ideias suicidas tendem a se isolar em casa, deixam de atender a ligações e de participar de atividades sociais as quais antes compareciam, além de interagir menos em redes sociais.

Os métodos mais comuns de suicídio são enforcamentos, tiros e, especialmente nas áreas rurais, a ingestão de agrotóxicos. A maioria dos suicídios ocorre em países de baixa e média renda, onde vive a maioria da população global, mas as taxas são mais altas nos países mais ricos, segundo o relatório da OMS.

No Brasil, o Ministério da Saúde e o Centro de Valorização da Vida (CVV) tem cartilhas e sugestões de como abordar o assunto com pessoas que possam estar cogitando tirar a própria vida e como reagir em casos de urgência. Não julgar os sentimentos comunicados, por exemplo, é essencial para a prevenção.

Procure um local confortável e calmo para falar com essa pessoa sobre suicídio. “Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio”, diz a cartilha. Incentive a busca por ajuda profissional e se ofereça para a acompanhar essa pessoa na consulta. Se a pessoa que você acredita estar em risco more com você, garanta que ela não tenha acesso a meios para atentar contra sua vida.

Caso acredite que essa pessoa está em risco iminente de suicídio, não a deixe sozinha. Busque imediatamente o CVV (188) e os serviços de emergência Samu (192).

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