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Imprensa nacional informa que menina de 9 anos fica sem andar após banho na Chapada Diamantina.

Foto: Reprodução

Criança visitou o Poção em janeiro deste ano e, quatro meses depois, apresentou os sintomas da esquistossomose

O fim de semana de férias em Lençóis, na Chapada Diamantina, era para distrair a família do comerciante Agnaldo Matos de Lima, 46 anos, mas quatro meses depois, a recordação era da esquistossomose adquirida em um dos locais visitados pela família. A filha do comerciante Clara Pessoa de Lima, 9 anos, está sem andar depois de ser contaminada pelo shistosoma mansoni. Três pontos turísticos foram interditados na Chapada Diamantina após os casos da doença.

Eles estiveram no Poção, no dia 7 de janeiro, e em abril Clara começou a apresentar os sintomas. “No dia 16 de abril, ela teve sintomas na perna. No dia 17, começou a mancar e, no dia 18, não andava”, contou o pai.

Moradores de Itaberaba, na região da Chapada, eles foram até Feira de Santana para hospitalizar a filha e tentar descobrir o que ela tinha. Foram mais de 20 dias para conseguir um diagnóstico preciso, de mielite transversa esquistossomática. “Na verdade, quando foi fazer uma bateria de exames, estavam ativos como dengue e chikungunya. Aí depois, com a ressonância, foi que deu mielite”, disse o comerciante.

Exames de sangue apontaram que dois irmãos de Clara também foram contaminados pelo shistosoma, mas não manifestaram a doença. Eles foram medicados com praziquantel, um remédio em dose única usado para tratar a doença. Os pais da criança também foram examinados, mas ainda aguardam os resultados para saber se tiveram contato com a larva.

Clara está fazendo tratamento com corticoides e acompanhamento com fisioterapeuta.

Clara não teve nenhum outro sintoma além da dor nas pernas e a família só desconfiou que poderia ser esquistossomose depois de ver reportagens sobre os turistas mineiros que desenvolveram a doença ao visitar o Poção. Entre eles, estava o biomédico Alexandre Magno Nogueira, que também teve a forma mais grave da doença, atingindo a sua mobilidade.

Mais de um mês depois, ele continua o tratamento à base de corticoides e ainda não pôde voltar ao trabalho. “Eu estou tratando ainda, com corticoide com dosagem anda alta. Eu tive uma leve melhora na parte de mobilidade, voltando a movimentar mais com força nos pés. Vou à fisioterapia diariamente também. E o médico liberou pra fazer fortalecimento com personal, porque os músculos estão fracos”, contou.

Alexandre também começa a perceber um avanço na parte urológica, já que tinha dificuldade para urinar. “Estava incomodando muito, fazia muita força pra urinar. Com os remédios, não precisei colocar sonda”. O uso contínuo dos remédios também é um obstáculo para ele voltar a trabalhar. “Eu trabalho em laboratório, como estou com dosagem muito alta de corticoide, fico imunodeprimido e não posso ter contato com nada que possa me contaminar”, explicou.(Correio 24 horas)

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