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CHAPADA: Incêndios atingem área de cerca de 250 campos de futebol na região

O incêndio que começou na tarde de domingo (30) em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, já queimou cerca de 250 hectares de vegetação – o que equivale a 250 campos de futebol. Um helicóptero e um avião chegaram ao município nesta quarta-feira (2) para ajudar os brigadistas no combate às chamas. Os focos que surgiram na cidade de Nossa Senhora do Livramento e na região da Serra do Barbado foram controlados nesta terça-feira.

Segundo o secretário do Meio Ambiente (Sema), Eugênio Spengler, o ponto mais crítico é no Pico das Almas, em Rio de Contas. Existem quatro focos de incêndio no local e a região é de difícil acesso. Os 25 brigadistas que trabalham para controlar as chamas estão precisando caminhar cerca de 5h para chegar ao local – 15 trabalhadores são Bombeiros Militares e outros 10 voluntários.

“É uma região muito íngreme e em que o helicóptero não consegue chegar. Os ventos fortes também não estão ajudando. Conseguimos controlar dois dos focos, mas existe o risco deles reacenderem. Os outros dois ainda não foram controlados”, contou o secretário.

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Vegetação destruída pelo fogo na Chapada Diamantina (Foto: Corpo de Bombeiros)

O local atingido pelos incêndios é de importância hídrica para toda a Chapada Diamantina porque é onde fica as nascentes de diversos rios que cortam os municípios da região. As chamas atingem uma região próxima à nascente do Rio Brumado, na Serra das Almas, local que fica nas proximidades da Área de Preservação Ambiental (APA) Serra do Barbado.

Spengler contou que quatro veículos foram cedidos pelo Ibama e outro pela prefeitura de Rio de contas para atuarem no combate ao incêndio. Duas vans, um helicóptero e um carro-pipa do Governo do Estado também estão na região. Outro helicóptero e um avião lançador de água foram enviados nesta quarta-feira para reforçar o combate aos incêndios.

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Prevenção
Os grandes incêndios ainda não alcançaram o Parque Nacional da Chapada Diamantina, mas o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração do espaço, adotou algumas medidas para precaução para enfrentar a situação.

Segundo a chefe do Parque Nacional, Soraya Fernandes Martins, desde o mês de maio os brigadistas combatem pequenos focos de incêndio dentro do espaço, mas sem gravidade. Nos últimos meses, 10 focos foram apagados. A maioria deles surgiram nas imediações de Andaraí. Em 2015, o município foi o registrou os maiores e mais extensos incêndios da região.

“Reativamos seis mirantes dentro do Parque. São locais de visão ampla e em que ficam brigadistas observando se vão surgir novos focos de incêndio. Quando isso acontece, eles avisam a brigada ou prefeitura mais próxima e uma equipe é encaminhada para o local para checar a dimensão do incêndio. Assim, chegamos mais rápido”, explicou.

Este ano, dois esquadrões montaram base fixa na cidade de Mucugê. Ano passado, todos os brigadistas ficavam apenas em Palmeiras. O ICMBio acredita que com a mudança conseguirá acessar mais rápido o sul do parque para controlar os incêndios. São 42 brigadistas contratados pelo Instituto, 25 pelo Ibama e outros cerca de 150 voluntários.

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Ano passado, 7 mil hectares foram queimados.
Em novembro do ano passado, os incêndios atingiram 7.909 hectares do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o que equivale a 5,20% da área total da reserva, segundo estimou o ICMBio na época. Vandalismo, fogueiras não totalmente apagadas e o limpar do roçado são alguns dos fatores que mais contribuem para o início dos incêndios.

Em dezembro, a trilha da Cachoeira da Fumaça, no Vale do Capão, precisou ser suspensa por conta dos incêndios. Em Ibicoara, as chamas ameaçaram algumas casas nas comunidades de Machombongo e do Baixão. O fogo também provocou danos na regiões do Ribeirão, na Serra do Veneno, em Lençóis, e do Rio Capivara, em Palmeiras. Antes, as trilhas da Fumacinha e da Véu de Noiva já haviam sido interrompidas.

A baixa umidade e o calor intenso permitiram a formação dos chamados fogo de turfa – quando as chamas não aparecem sobre a superfície, mas permanece queimando por baixo raízes e matéria orgânica. Não tem chama, mas tem fumaça. “O período mais crítico começa agora, em novembro, quando o tempo fica mais seco e favorece o aparecimento dos incêndios”, explicou a chefe do Parque.

No ano passado, cinco helicópteros e seis aviões modelo Air Tractors (capazes de transportar até 3,8 mil litros d’água) foram necessários para controlar as chamas. (Informações do Chapada Notícias)

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