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Justiça sob Moro quer focar lavagem de dinheiro para asfixiar crime organizado

O Ministério da Justiça sob o comando de Sergio Moro terá como foco principal o combate ao crime de lavagem de dinheiro, com o objetivo de asfixiar as organizações criminosas.

Nos bastidores, o termo utilizado pela equipe montada pelo ex-juiz é “descapitalização” contra facções e também envolvidos em corrupção.

Nas reuniões fechadas do grupo de transição de governo, em Brasília, definiu-se que a prioridade da gestão de Moro será mirar o patrimônio dos criminosos, uma estratégia que deu certo na operação Lava Jato e deve ser aumentada e reproduzida na guerra contra traficantes, por exemplo.

Não à toa, Moro escolheu para os mais importantes cargos ligados ao Ministério da Justiça pessoas com experiência nessa área de atuação.

Entre eles o atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, 51, anunciado nesta terça (21) por Moro para ser o novo diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Rogério Galloro.

O outro nome é da delegada Érika Marena, que comandará o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).

Ambos já receberam de Moro a missão de liderar, em suas áreas, esse modelo de trabalho a partir de 2019. A dupla é de extrema confiança do futuro ministro do governo de Jair Bolsonaro.

“Ele [Valeixo] tem a missão de fortalecer a Polícia Federal e que a Polícia Federal possa direcionar suas investigações principalmente com foco em corrupção e crime organizado. É um grande desafio, são problemas sérios, mas ele é uma pessoa plenamente capacitada”, afirmou o ex-juiz federal, em Brasília.

Valeixo já foi o número três da hierarquia geral do órgão, como diretor de Combate ao Crime Organizado (Dicor).

O futuro ministro elogiou Marena, afirmando que ela assumirá uma área estratégica da pasta que ele pretende fortalecer. “Não há ninguém melhor do que ela”, disse.

Marena atuou na Lava Jato e no caso Banestado, também com participação de Moro.

Também foi criticada na investigação de desvios de dinheiro na Universidade Federal de Santa Catarina. O reitor da UFSC se matou em um shopping após ser preso temporariamente.

Segundo Moro, a delegada “talvez seja a maior especialista no Brasil em cooperação jurídica internacional”.

Hoje, o DRCI tem problemas para conseguir resultados mais efetivos por causa da legislação atual.

O novo ministro deve se debruçar sobre propostas para alteração de leis que deem maior liberdade ao órgão, considerado chave para o combate ao crime de lavagem de dinheiro.

Os dois nomes anunciados por Moro atuaram com ele na condução da Lava Jato. “Eu seria um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Lava Jato porque já provaram integridade e eficiência”, disse.

O ex-juiz também foi questionado se levará o delegado Márcio Anselmo, um dos precursores da Lava Jato ao lado de Marena, para o governo Bolsonaro. “É um delegado de profunda qualidade, é possível, mas não tem nada definido ainda”, respondeu.

Valeixo deve anunciar em breve também sua equipe. Entre cotados para fazer parte de cargos estratégicos estão Igor Romário, delegado de destaque da Lava Jato, Disney Rossetti, superintendente da PF de SP, Cairo Costa Duarte, superintendente de Pernambuco, e Roberval Ré Vicaldi, número dois do PR atualmente.

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