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Caso Marielle: após quase quatro meses, Anistia Internacional cobra solução

Foto: Tania Rego / Agencia Brasil

Às vésperas de completar quatro meses da execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, assassinados 14 de março de 2018, o caso permanece sem solução. Para a diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, diante da falta de solução, “tornou-se urgente o estabelecimento de um mecanismo externo e independente para monitorar a investigação”.

“Após quatro meses, a não resolução do assassinato de Marielle Franco demonstra ineficácia, incompetência e falta de vontade das instituições do Sistema de Justiça Criminal brasileiro em resolver o caso”.

Ainda de acordo com Jurema, apesar de, desde o início das investigações, diversas informações terem sido veiculadas pela imprensa, “todas permanecem sem qualquer tipo de esclarecimento”. “A que a munição utilizada pertenceria a um lote que teria sido vendido à Polícia Federal; que a arma empregada seria uma submetralhadora de uso restrito das forças de segurança; que submetralhadoras do mesmo modelo da utilizada teriam desaparecido do arsenal da Polícia Civil; que câmeras de vídeo que cobrem o local exato onde aconteceu o assassinato teriam sido desligadas na véspera do crime. A de que a dinâmica com o que a execução aconteceu e a precisão dos tiros sugerem a participação de pessoas com treinamento específico e qualificado”.

A diretora executiva da Anistia Internacional lembrou ainda que o interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto, em reunião com o presidente Michel Temer e o ministro Raul Jungmann, em maio, acertou um pacto de silêncio sobre o caso. O objetivo seria o de preservar o trabalho da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, responsável pela investigação. No entanto, para ela, esse silêncio, após quatro meses, sugere descompromisso das autoridades com a solução do caso.

“O sigilo e a confidencialidade, que tem como objetivo garantir a eficácia da investigação, não pode ser confundido com o silêncio das autoridades diante da obrigação de esclarecer corretamente a execução de Marielle. É fundamental não apenas identificar e responsabilizar os autores dos disparos, mas também os autores intelectuais dos homicídios, bem como a motivação do crime”.

Desde o dia dos crimes, a Anistia Internacional vem reiteradamente cobrando que as autoridades garantam uma investigação célere, imparcial, independente, rigorosa e adequada do assassinato de Marielle Franco, e reivindicando que as autoridades se comprometam publicamente com a resolução correta do caso.(BN)

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