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Derrotado, MDB-BA defende ‘recomeço’ e nega fragilidade ao perder cadeiras

Embalados ao contrário pela rejeição do presidente Michel Temer (MDB), pela prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e pelo isolamento partidário de quem só teve o DC como aliado na eleição estadual, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) da Bahia não tem motivos para comemorar este ano.

O último domingo (7) marcou derrotas históricas para o partido que fez sua menor bancada na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) em 20 anos, perdeu todas as cadeiras baianas no Congresso Nacional e obteve a menor votação da história, desde a redemocratização, para um postulante emedebista ao governo.

Para João Santana (MDB), atual presidente da legenda e candidato ao governo, entretanto, o resultado das urnas nas eleições de 2018 não deixam o partido em uma situação frágil. “É hora para reuniões e um recomeço. Com ou sem deputado, o MDB resiste”, destacou o ex-ministro da Integração Nacional de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Na AL-BA, o MDB já chegou a conquistar uma bancada, em 1992, de nove deputados estaduais. De 2006 a 2014, o grupo se manteve com seis eleitos na Casa Legislativa. O número de deputados despencou após o ex-ministro Geddel Vieira Lima ser atrelado a um apartamento com R$ 51 milhões em malas (veja aqui). A partir daí, todos os seis estaduais da sigla mudaram de casa em busca de viabilidade eleitoral (lembre aqui) nas urnas de 2018.

No auge da rejeição do cacique emedebista, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) chegou a “ameaçar” um ministro a liberar recursos para a Bahia ou sofrer com um vídeo de apoio gravado por Geddel (entenda aqui). No pleito de domingo, o MDB conseguiu conquistar apenas uma cadeira na AL-BA com Katia Oliveira, cravando sua menor bancada da história.

NÚMERO DE DEPUTADOS ESTADUAIS ELEITOS PELO MDB E PT NOS ÚLTIMOS 20 ANOS

PT tem maior bancada, enquanto MDB perdeu força

“A eleição acabou praticamente hoje e estamos ainda todos ressaqueados com isso. Porém, o partido ainda não acabou. O resultado de domingo só mostra que na política existe rotatividade de poder. Na próxima eleição podemos eleger uma bancada grande”, comentou Lúcio Vieira Lima, deputado federal que não se reelegeu e perdeu a única vaga emedebista no Congresso Nacional (veja aqui). Em 2019, pela primeira vez em 20 anos, o MDB não terá um deputado federal eleito pela Bahia em Brasília.

(Bancada emedebista de federais eleitos em 2002: Coriolano Sales, Geddel Vieira Lima e Jonival Lucas Júnior)

Na eleição para o governo, nem o terceiro maior tempo de televisão e o fundo partidário do MDB salvaram a candidatura de João Santana. O ex-ministro de Lula amargou em 5° lugar na disputa com 0,49% dos votos válidos. A menor votação já registrada para um candidato emedebista indica que Santana, que recebeu mais de R$ 3 milhões do fundo partidário de campanha para conquistar 29 mil votos, gastou cerca de R$ 88 por cada eleitor que o escolheu. O valor é o maior investimento em campanha sem retorno em votos para um candidato ao governo da Bahia deste ano. Confira:

GASTO EM CAMPANHA POR VOTO RECEBIDO DOS CANDIDATOS AO GOVERNO DA BAHIA

Quanto cada candidato ao governo gastou em reais por voto recebido no estado em 2018

CONTEXTO

Acostumado a ser cabeça de grandes chapas nas eleições para o governo da Bahia, o MDB se viu isolado na oposição neste ano (lembre aqui). Compondo com o DEM em 1998 e 2014, com o PT em 2006 e lançando candidato em 2002 com Prisco Viana e 2010 com Geddel, a única aliança de João Santana em 2018 foi o nanico DC, ex-PSDC.

O isolamento foi consequência direta da má repercussão do envolvimento dos Vieira Lima com a Justiça, que no momento de formação das alianças partidárias, já alcançava Lúcio e a matriarca da família Quadros Vieira Lima, Dona Marluce (veja aqui). Motivo também que por pouco não deixa a legenda sem o DC (entenda aqui).

Sobre as alianças quebradas após bunker, Lúcio diz que não guarda ressentimentos do prefeito ACM Neto (DEM), grande articulador da chapa de oposição ao governo que excluiu o MDB da coligação (lembre aqui) por conta das acusações de corrupção. “Não guardo nenhum rancor. Tudo isso faz parte do processo da política e eu tenho experiência suficiente para saber que o jogo se faz assim”, disse.

Sem uma vitória ou muita articulação na política baiana a partir de 2019, Lúcio e João Santana preferem desconversar o futuro. “Não me maltrate com discussões sobre futuro agora. A campanha terminou ontem”, respondeu João ao questionamento do Bahia Notícias. “Eu sou parlamentar até fevereiro de 2019. Assim o povo quis”, complementou o Vieira Lima.

 

Fonte: Bahia Notícias 

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