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Ipupiara Celebra os 46 anos da morte de Lamarca e Zequinha

Santuário Pintadas. Foto: Reprodução

Comunidade de Pintada homenageia os guerrilheiros mártires.

No mês de setembro, os municípios de Brotas de Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos e Ipupiara solenizaram a 17ª Celebração dos Mártires, na comunidade de Pintada, organizada pela diocese de Barra, presidida pelo bispo Luiz Flávio Cappio.

Na situação, mais uma vez foram lembrados e homenageados o capitão Carlos Lamarca e José “Zequinha” Campos Barreto, assassinados naquele lugar por tropas do regime militar no ano de 1971, após 20 dias de fuga incessante pela região e exílio no povoado de Buriti Cristalino, zona rural de Brotas e terra dos familiares do metalúrgico Zequinha.

Em 2013, o município de Ipupiara, que já havia erguido uma praça na localidade com o nome do guerrilheiro carioca Carlos Lamarca, inaugurou o Memorial dos Mártires – no local exato onde foi encontrada e executada a dupla. Nesse templo, construído pela Igreja Católica, também são prestadas homenagens a outros líderes mortos na luta por causas sociais, como: Otoniel Barreto (irmão de Zequinha), professor Santa Bárbara, Manoel Dias e Jota, os dois últimos por questões que envolviam a reforma agrária na região.

Para o guardião do memorial, monsenhor Bertolomeu, “o local retrata um período triste de nossa história, e que toda a reverência e respeito prestado, em especial, a Lamarca e Zequinha pela importância deles na luta por direitos”. O religioso vive sozinho em uma casa construída dentro do espaço e se diz abençoado por receber semanalmente uma base de duzentas pessoas que visitam o local e são acolhidas por ele, que, além de apresentar, dá uma aula de história local e conhecimento sobre cada personagem ali enaltecido.

A estudante do Colégio Estadual Tiradentes, de Oliveira dos Brejinhos, Alice Quinteiro Portela, 16, que visitou o memorial pela primeira vez, fala sobre essa experiência: “O Memorial dos Mártires é tão sublime quanto impactante. Ao conhecê-lo, passei por uma experiência ímpar, cada parte da estrutura física, bem como o momento da celebração, trouxe uma reflexão intensa sobre o quanto essas pessoas lutaram pela liberdade do nosso país. Cada sangue derramado representa hoje o povo sem censura, tendo a certeza de uma sociedade democrática. Portanto, ao adentrar esse lugar e recordar sua história, pude sentir de perto uma luta admirável e árdua, que deixa um legado para os jovens atuais, para lutar por um país melhor”, conclui a discente.

Local exato da execução de Lamara. Foto: Reprodução

Além do templo, onde se encontram os restos mortais de Jota, Manoel Dias e Otoniel, há cinco estátuas no ambiente, com destaque para a de Lamarca sendo carregado por Zequinha nas costas, um retrato do episódio em que o militar estava doente e foi assim transportado pelo companheiro. A cruz, também presente no local, simboliza a baraúna onde foram encontrados e executados os dois revolucionários, e a pedra, tida como apoio de cabeça para o adoentado capitão, dá àquele canto ainda mais valia e importância.(Repórter:Alan Klinsman /Jornal O Bambúrrio – UNEB campus XXIII)


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