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Palmeiras: Festival de Jazz do Vale do Capão acontece neste final de semana, e contará com Leo Gandelman e grandes músicos

A 10ª edição do Festival de Jazz do Capão volta a acontecer presencialmente sexta-feira e sábado (4 e 5). Além da programação de shows gratuitos, o evento traz, como de costume, workshops com os músicos, que serão realizados no Coreto da Vila. O público poderá comparecer ao festival a partir das 19 horas, no Circo do Capão, localizado no Vale do Capão, município de Palmeiras, na Chapada Diamantina.

Rowney Scott, músico e idealizador do festival, realizou a primeira edição do evento em 2010, inspirado pelas suas viagens internacionais e os shows que frequentou. Rowney viu a beleza e energia do Capão e quis produzir algo similar numa cidade que ele ama. O evento foi concebido com o objetivo de ser uma experiência única e trazer músicas as quais a comunidade local costumeiramente não tem acesso, como uma forma de devolver à comunidade tudo que ele, pessoalmente, vivenciou e recebeu do Capão.

“O Festival de Jazz do Capão é um evento essencialmente presencial, é um lugar específico que as pessoas vão pra lá, tem uma comunidade, então é um festival que tem o nome de um lugar, então quando você tira o presencial desse evento, o evento perde muita força”, afirma o organizador.

“Eu acho que a gente conseguiu se reinventar na edição do ano passado que foi virtual, mas isso não substitui o evento presencial, o calor das pessoas, a chegada do público e dos artistas, aquela magia de estar naquele lugar tão lindo com a presença das pessoas tão calorosamente, os artistas super empolgados mostrando sua arte é essencial para o festival”, acrescenta.

Diante dos desafios vividos nos últimos anos, Rowney Scott reflete sobre o sucateamento da cultura e educação, deixando claro a necessidade de um movimento de recolhimento e reflexão, sobretudo para a compreensão de nós mesmos e do nosso ambiente. Essa condensação de energias é representada pela ida ao circo, que proporciona uma atenção maior à música e promove uma contemplação mais íntima e proveitosa da arte na sua integridade.

A programação deste ano começa sexta-feira, às 19h, com a Mostra UFBA, que traz o Edward Luis Emmerling Quinteto, seguido de Jordi Amorim Sexteto, Beto Martins Quinteto e Henrique Albino Quarteto. No sábado, a programação prossegue com a Mostra Capão, com duas atrações: Pablo Rozas e Fabrício Santana & Melquíades Ferraz. Na sequência, o duo Morgana Moreno & Marcelo Rosário, Sidmar Vieira Quarteto e a atração principal, Léo Gandelman Quarteto.

Leo Gandelman, Henrique Albino 

Muito provavelmente o saxofonista mais popular e admirado do Brasil, Leo Gandelman aporta no Capão acompanhado de Eduardo Farias (teclados), André Vasconcellos (contrabaixo) e Cassius Theperson (bateria), banda que o acompanha há mais de 10 anos em seus shows pelo Brasil e pelo mundo. No repertório, peças autorais e clássicos de grandes compositores brasileiros.

Muitas dessas canções, aliás, contaram com seu sax nas gravações originais. Leo já participou de mais de 1000 (mil) discos. Pense em um grande astro da MPB e tenha a certeza: Leo já tocou em algum(ns) de seu(s) disco(s).

“Esse festival representa a valorização da cultura, da arte livre de qualquer tipo de interesse que não sejam as ideias que vem direto do coração. Estou feliz em levar a minha música para um lugar como esse, tão lindo e tão especial, onde ela possa ser ouvida livremente, emoldurada por essa natureza maravilhosa”, diz Leo.

“Vou tocar músicas autorais que contam bem a minha história, como Solar, Furuvude, Caminhante, e alguma releitura de sambajazz que marcaram minha trajetória”, conta.

Já o grupo Henrique Albino Quarteto é formado por Filipe de Lima (baixo elétrico), Felipe Costta (sanfona), Silva Barros (bateria) e Henrique Albino (sax e flauta), que é compositor, arranjador, multi-instrumentista e produtor musical.

Henrique Albino compartilha o que o jazz e o festival representam: “O Festival de jazz, em que predomina a música instrumental e improvisada, é sempre muito importante. Como criador e intérprete a gente precisa de um lugar para apresentar nosso trabalho, senão ele não tem um objetivo. A gente se aprofunda bastante na arte que a gente faz, criando coisas, experimentando, sendo influenciado pelos outros e influenciando os outros. E isso tudo precisa de um lugar para que aconteça, para que isso chegue ao público e que haja interação entre os artistas e entre o público”, afirma.

“O nome jazz para mim representa um conceito. A gente pega um instrumento, a gente cria, pega uma música e vira ela de cabeça pra baixo, a gente se inspira com o momento, com o lugar, com a comunidade e a gente leva sempre a nossa própria forma de fazer no momento, ao vivo. Pra mim o jazz representa o ao vivo, o espontâneo. A música vai ser naquele momento, nunca mais vai ser igual”, conclui.

CN com informações do A Tarde.

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