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Seabra: Atingidos por barragem da Vazante fazem vigília em frente ao Fórum no município de Piatã

Nesta ultima sexta-feira (4), atingidos pela Barragem de Baraúnas, realizaram uma vigília em frente ao Fórum Serventuário Edgar Godofredo Cardoso, no município de Piatã. A vigília foi em solidariedade a dois atingidos que foram intimados a comparecer em audiência de conciliação com a Companhia de Engenharia de Recursos Hídricos da Bahia (CERB).

O protesto foi organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com o objetivo de denunciar a desapropriação de terras das famílias atingidas através de liminar, criminalizando e individualizando um conflito que atinge centenas de famílias e necessita de um tratamento coletivo para a questão.

A Barragem de Baraúnas está sendo construída no município de Seabra, mas atinge também o município de Boninal. A obra teve sua ordem de serviço assinada pelo Governador Rui Costa em março de 2017 e está estimada em R$ 92 milhões, oriundos de parceria do Governo Federal, através do Ministério da Integração Nacional e do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), e tem por objetivo abastecer a cidade de Seabra.

A CERB pretende desapropriar duas áreas para a construção de casas, no qual os atingidos seriam remanejados, porém as famílias alegam não serem consultadas sobre estar de acordo com as decisões. Outra coisa apontada é o fato de as famílias não saberem quem serão beneficiados com as casas no assentamento e nem qual será a estrutura das mesmas.

Dona Madalena, de 72 anos diz “Eu só saio da minha terra se for para outra igual ou melhor. Minha família vive aqui a mais de 200 anos. A CERB não pode vir aqui e tomar nossas terras”, trazendo consigo nas mãos como prova um documento de seu bisavô datado de 1832.

Se emociona seu Ênio dos Santos ao descrever a vida que levam na comunidade, “Eu aqui produzo de tudo, gado, cabra, palma, tenho minha horta, tenho minhas galinhas, minha casa. Meu pai deixou para mim e meus irmãos, somos mais de 40 pessoas que dependemos dessa terra. E a CERB diz que não produzimos nada”.

“Também queremos desenvolvimento, queremos que nossas vidas melhorem, que possamos viver com dignidade com novas casas e terras de qualidade. Vamos seguir lutando para que o estado abra um canal de diálogo conosco, garantindo os direitos dos atingidos e uma negociação justa”, concluiu Moisés Borges militante do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) .

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