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Setembro Amarelo: Campanha reforça medidas de valorização da vida

Criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (APB), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha Setembro Amarelo tem cada vez mais reforçado medidas de valorização da vida. Como forma de promover a atenção à saúde mental, o BNews também aderiu a campanha, que em 2022 recebe o tema “A vida é a melhor escolha”.

Durante todo o mês de setembro, será possível acompanhar através do site e das redes sociais do BNews diversos conteúdos relacionados ao Setembro Amarelo, desde matérias e entrevistas com profissionais da área da saúde mental, bem como informações sobre serviços e atendimentos da rede de apoio de valorização à vida.

De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o que representa, em média, um índice de 38 tentativas contra a própria por dia.

Especialista

Em entrevista ao BNews, a psicóloga do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), Paloma Valverde, falou sobre a importância da realização da campanha Setembro Amarelo. “A importância dessa campanha é para trazer informação para as pessoas de maneira geral”, elencou.

“Por muitos anos existiu um tabu para falar sobre a questão do suicídio e essa campanha veio para promover conhecimento, desmistificar algumas questões acerca disso, alguns pontos de estereótipos que causavam pré-julgamentos acerca desse tema”, explica Paloma.

Segundo a especialista, além de levar informações para as pessoas que precisam de ajuda, a campanha também possibilita o acesso a informações sobre como funciona a rede de apoio de profissionais de saúde que podem lidar com essa temática.

Como ajudar

A psicóloga falou sobre como é possível ajudar alguém que sofre de transtorno mental, tanto no caso de pessoas que buscam ajuda, como no caso de pessoas que não demonstram a necessidade de apoio para enfrentar o problema.

“No caso das pessoas que buscam ajuda, a proposta do Setembro Amarelo é exatamente mostrar que a pessoa não está sozinha, é uma rede de apoio. Então, estabelecer vínculos, buscar contato com uma rede de saúde, para que exista um encaminhamento e essa pessoa seja acompanhada por profissionais de saúde mental que possam estabelecer uma rede, desenvolver um vínculo e trazer a proteção que essa pessoa precisa nesse momento em que ela se sente com desesperança”, orientou Paloma.

“Tem também o Centro de Valorização da Vida (CVV). Em caso de pessoas que não procuram ajuda diretamente, falar sobre esse CVV é uma possibilidade de que essa pessoa mesmo busque ajuda e de uma forma sem se expor, já que muitas vezes tem a questão de pessoas que não querem se expor. Então, quando entra em contato com esse órgão, ela acaba tendo uma restrição e recebe o apoio, o direcionamento, quais são as redes de apoio que ela pode buscar”, informou a psicóloga.

Atenção aos sinais

Ainda de acordo com a especialista, no caso das pessoas que não falam a respeito dessa questão, é importante estar atento aos sinais. “Se eu conheço alguém, tenho algum familiar, ou alguém que está na minha rede de amigos, e essa pessoa mudou de alguma forma, tem se isolado”, destaca.

“Se essa pessoa demonstra apatia com situações que antes ela gostava, não está tão feliz em estar criando vínculos, em coisas que para ela antes fazia sentido e deixou de fazer sentido. Então, eu já começo a notar alguns sinais e a partir desses sinais eu vou me aproximar, tentar entender o que essa pessoa está sentindo e buscar ajuda para ela”, acrescentou Paloma.

Conforme aponta a psicóloga, é possível notar os resultados positivos da realização da campanha Setembro Amarelo. “Nos últimos anos após o desenvolvimento da campanha notou-se uma busca maior por ajuda, uma diminuição nos casos de suicídio, principalmente no mês de setembro e nos meses subsequentes”, finalizou.

Atendimento gratuito

Para buscar apoio através de atendimento com profissionais de saúde mental, de forma gratuita, na capital baiana, basta recorrer aos serviços oferecidos pela prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Procurada pela reportagem, a pasta informou que, atualmente, o município, através da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), dispõe de vários pontos de atenção à saúde mental.

“Na Secretaria Municipal de Salvador, para o componente da Atenção Primária, são: 46 Unidades Básicas sem Saúde da Família e 111 Unidades com Saúde da Família; 12 Núcleos de Apoio à Saúde da Família e Atenção Básica; 05 Equipes de Consultórios na Rua. Na Atenção Psicossocial Estratégica: 1 CAPS III; 13 CAPS II (1 deles docente-assistencial conveniado com a UFBA); 1 CAPS I; 2 CAPS ia II; 2 CAPS AD II (1 deles docente-assistencial vinculado à SESAB); e 1 CAPS AD III”, informou a SMS.

“Na Atenção Especializada: 3 Centros de Saúde Mental e 1 Ambulatório de Psiquiatria (Nzinga). Na Urgência e Emergência: 6 Pronto-Atendimento, 10 Unidades de Pronto-Atendimento, sendo que duas delas contam com Psiquiatra e 1 Pronto-Atendimento Psiquiátrico. Na Atenção de Caráter Transitório: 1 Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil. Na Estratégia de Desinstitucionalização: 7 Serviços Residenciais Terapêuticos”, completou.

Centro de Valorização da Vida

O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas, todos os dias.

Ao ligar para o número 188, é possível ser atendido por um voluntário, com respeito, anonimato, que guardará estrito sigilo sobre tudo que for dito. Os voluntários treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional.

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